segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

BARROCO


LINK DO SLIDE APRESENTADO EM SALA


- Movimento artístico em decorrência da crise do Renascimento;
- O nome vem da perola negra.
- Principais características: exagero, dramaticidade, detalhamento, busca pelas emoções, contradição.
- Tipos de conflitos: Deus X Homem, Corpo x Alma, Sacro X Profano, Perdão X Pecado.
- Tempo: Vida curta, efêmera. Carpe Diem (Aproveite o dia).
Na literatura: Tipos de textos:
- Cultista: Objetiva a reflexão. Sempre abre possibilidades para que o leitor conclua.
- Conceptista: Objetiva convencer. Utiliza retórica e jogos de palavras para convencer o leitor.
- Principal Representante: Gregório de Matos, o boca do inferno.



OBRAS:

"Davi" de Bernini: observe as expressões do rosto e os contornos do corpo.

"O Rapto de Perséfone" de Bernini: observe as tensões marcadas nos corpos e a expressão de Perséfone

"Fontana di Trevi" de Bernini, Salvi e Papa Clemente: teoria de Gaia, paganismo, vida, tempo curto
Handel - Hallejuiah!!


Leia o poema de Gregório de Matos (abaixo) e observe a inversão de um discurso sacro para profano:


Via de prefeição é a Sacra Via,
Via do Céu, caminho da verdade;
Mas ir ao Céu com tal publicidade
Mais que à virtude o boto à hipocrisia.

O ódio é d’alma infame companhia,
A paz deixou-a Deus à Cristandade;
Mas arrastar por força uma vontade,
Em vez de caridade é tirania.

O dar pregões no púlpito é indecência:
[“]Qué de fulano?[“] e [“]Venha aqui sicrano![“],
Porque pecado e pecador se veja;

É próprio de um porteiro d’audiência;
E se nisto mal digo ou mal me engano,
Eu me sumeto à Santa Madre Igreja.



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O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo. 
(Gregório de Matos)


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Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister¹ luz, há mister espelho e há mister olhos. (Pe. Antônio Vieira)


mister: necessidade de.

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Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trata a toda ligeireza
E imprime em toda flor sua pisada.
Ó, não aguarde que a madura idade
te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada".


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Ó caos confuso, labirinto horrendo,
Onde não topo luz, nem fio amando,
Lugar de glória, aonde estou penando,
Casa da morte aonde estou vivendo!
(Gregório de Matos)


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Que és terra Homem, e em terra há de tornar-te,
Te lembra hoje Deus por sua Igreja,
De pó te faz espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te.

Lembra-te Deus, que és pó para humilhar-te,
E como o teu baixel sempre fraqueja
Nos mares da vaidade, onde peleja,
Te põe à vista a terra onde salvar-te.
(Gregório de Matos)


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INCONSTÂNCIA DAS COISAS DO MUNDO!
Nasce o Sol e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas e alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falta a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se a tristeza,
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza.
A firmeza somente na inconstância.

Gregório de Matos

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